The Fauve Woman – Camelia Toma
Ser mulher, para mim, sempre foi um exercício de auto-conhecimento e aprendizado.
Porque, apesar de se nascer mulher, é preciso se fazer mulher.
É preciso aprender a se colocar no mundo, a se comportar, a tomar decisões.
Confesso que não é fácil.
Os modelos que existem não são exatamente os melhores e o mundo cristão não nos deixou muitas possibilidades.
Ou se é a virgem imaculada ou a prostituta.
Não há espaço para existir, para fazer escolhas.
Cabe a cada uma, segundo roteiro pré-definido, viver de acordo com regras de comportamento.
A mulher deve ser honesta, recatada, boa esposa, boa mãe…
Não, não estou falando do século passado.
Estou falando de agora, da nossa sociedade que não admite liberdade.
A mulher livre inspira medo e desconfiança.
E não é feminismo barato, é apenas a difícil constatação de que ainda há muito que ser feito.
Sim,tem razão.A mulher ainda não encontrou sua “zona de conforto” nesse mundo.Padrões foram rompidos,ganhamos algumas coisas…mas a mulher não conquistou ainda o direito de ser ela mesma.
Virgem ou prostituta,não importa.Importa ser.Não gosto quando esse imenso todo que é a mulher é apenas avaliado em alguns aspectos,é fragmentado.E assim a “MULHER” é apenas mãe,apenas esposa ou apenas objeto sexual.
Ser livre é fazer escolhas de acordo com sua natureza.Pouco importa as escolhas:casar,não casar,ser lesbica,ser mãe…o que importa é poder usufruir do direito de expressar nosso universo interior.
Como queria apenas poder SER….e contar com o respeito da humanidade pelas escolhas que faço.