Estou passando por um daqueles momentos em que tudo dá errado…
Fiquei alguns dias sem acesso à internet e quando ligo o meu FB, só tem desgraça.
Das que eu já estou acostumada, como as informações sobre violência doméstica, de gênero, etc.
Essas na maioria das vezes não me abalam emocionalmente, pois estou aprendendo a lidar com a indignação de forma a transformá-la em força de luta.
Tem a desgraça dos comentários descabidos de muit@s amig@s de FB: preconceito, ignorância, intolerância e, muitas vezes, imbecilidade mesmo. Esses me irritam e incomodam e, geralmente, dou um unfollow na criatura… Como sei que só tenho uns 2 amigos e umas 3 amigas de verdade, não me abalo por perder contatos virtuais e deixar meu networking mais sequinho.
Tem também a desgraça das pessoas deprimidas, que postam pequenos comentários sobre sua miséria existencial e recebem em troca um: Que é isso…não desanima!
Nossos dias viraram um amontoado de tristeza. Andamos por aí, abandonados, sobrevivendo de migalhas de satisfação conseguidas às custas do consumo e de relações virtuais.
E isso me leva ao motivo desse post. De ontem para hoje (que foi o máximo que consegui em atualização no FB) duas conhecidas sofreram agressões no trânsito.
A primeira estava de moto e sofreu uma batida. O homem que provocou o acidente a agrediu verbal e fisicamente.
A segunda estava atravessando a rua, com o trânsito parado, quando um motorista avançou sobre ela. Ao ser questionado sobre a falta de respeito ao pedestre, o homem afirmou: ” Vai nessa de pedestre, vou quebrar essas perninhas.”
Esse é o mundo que construímos para nós: consumo, egoísmo, agressividade…
A falta de amor resultou em um delírio coletivo, no qual compramos satisfação para nossos problemas e inseguranças.
E nos sentimos superiores por isso.
Ética, respeito e compaixão perdem a rezão de ser e de existir.
A coletividade é pautada pelo interesse individual, a soma de
muitos “eus”. Por isso só o “meu” interesse e a “minha”
vontade interessam.
Haja revolução para tanta falta de humanidade!