Mamaço – o que você não vê por aí

Apresentei meus argumentos sobre a discussão acerca dos usos e abusos do corpo feminino sem imaginar que a coisa toda tomaria tal proporção.
A sucessão de manifestações contrárias à amamentação em público tem gerado os mais acalorados debates e manteve o tema na pauta do dia.
Excelente, é disso que precisamos: debate, discussão, enfrentamento, esclarecimento…

Como historiadora me sinto particularmente abismada com o retrocesso conservador que estou presenciando. Sei que a onda reaça não vem de hoje, mas acreditava que a não aceitação da liberdade feminina se dirigia apenas a mim, criatura que busca libertar-se das amarras de uma educação castradora.

Agora o ataque se dirige às mães, aquelas criaturas semi-santas que adoramos e buscamos proteger.

A sexualidade materna esteve durante muito tempo restrita ao domínio do privado. No entanto, os críticos de plantão estão aplicando uma conotação sexual ao ato de amamentar.

Viva! Vamos contar aos homens que existe uma coisa chamada parto orgástico? Que as mães sentem prazer ao amamentar? Que existe um milhão de formas diferentes de uma mulher sentir prazer (sexual, sensual, sensorial) que não envolvem o contato com o macho?

Sim, homens, nós já sabemos disso há muito, só vocês é que não sabiam. O problema do debate em torno da exposição da amamentação não é levantar esses questionamentos. Isso é extremamente sadio e esclarecedor, pois permite o desvelamento  e o entendimento de um tema tão tabu!

O problema é a vulgaridade e leviandade com que o enfrentamento vem sendo conduzido. Críticas veladas ou explícitas, todas revelam preconceitos os mais podres, recalques freudianos e pura e simples ignorância.
Quando as argumentações são ridículas, não existe debate. Quando não há racionalidade, apenas grosseria, nada pode ser construído.

Nesse debate, o domínio do masculino está sendo representado pelo lugar comum do “dominador”. O discurso contra a amamentação em locais públicos apresenta argumentos nonsense que enfatizam a estética feminina,

O campo do feminino, por sua vez, está sendo representado por coletividade

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