Sobre “Eu não sou um homem fácil”

Eu tenho insônia e passo as madrugadas conversando com o boy ou lendo. Daí essa semana resolvi perder horas preciosas da minha vida para assistir ao tal filme que estão comentando. Nem tem muito o que falar, de TÃO ruim que o filme é, mas acho importante pontuar algumas coisas:

1. Não é um filme feminista, nem aqui, nem na França, nem em Marte.
2. O filme é uma comédia romântica no estilo dos clássicos estadunidenses do anos 80/90. Tá tudo ali, desde a concepção do roteiro até a sequência das cenas e trilha. É tudo tão óbvio que chega a ser irritante.
3. Clichê, estereótipo, machismo, sexismo, tá tudo ali também. E a fórmula de inverter papéis foi usada da maneira mais rasa do mundo. Não tanto quanto Toni Ramos e Glória Pires, óbvio, mas chega perto.
4. A representação dos masculinistas é porca de tão preguiçosa.
5. Achei bem perigosa a forma como abordaram abuso e estupro. Naturalizada, banalizada e “cômica”. O protagonista ri quando o adolescente conta a sua experiência e imagino que vários homens hétero riem também. E a cena do estupro no bar tratada como pastelão. Nojo.
6. A sensação ao final do filme foi: “tudo o que uma mulher quer é viver um grande amor, mesmo quando ela se comporta como um homem”. Sério? 2018 e não conseguiram fazer nada melhor?
7. Um mundo “dominado” pelas mulheres não seria, jamais, um mundo “femista”*. E aí é que está a armadilha do filme. Porque parece que faz uma crítica, mas na verdade reforça imensamente os papéis de gênero e não produz reflexão alguma. Vamos mudar para deixar tudo como está.

Nada de novo no front.
Bjo

*Primeira vez que uso essa palavra hahaha
Femismo seria o similar de machismo, a ideia de que mulheres são superiores aos homens.

 

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2 pensamentos sobre “Sobre “Eu não sou um homem fácil”

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