Sempre lembro de pedaços de textos. Como aquele do “… a gente se acostuma mas não devia.” Na voz do Abujamra. Pois é, eu me acostumei. A dormir horas de menos. A não colocar tanta comida no prato. A adormecer sozinha sempre no mesmo lado da cama. A passar uma quantidade maior de café. A beber todos os dias. A trabalhar mais do que devia. A não desligar a voz que grita dentro da cabeça. Nunca. A sonhar com aquela vida que não é a minha. Eu me acostumei a desejar menos, a achar que não mereço, a sentir a falta, o vazio. A pensar que não posso, que não devo, que não quero. Quando foi que deixei de querer? Quando foi que me acostumei?
Desacostume-se. Sempre há tempo 😉
Ewellyne, escrever sobre faz parte do processo de desacostumar.
Quando?
Ótimo texto, como sempre! Conciso, atual… e doloroso. Muito a fim de conhecer seus ótimos textos em versão “tô feliz”!
Marcia, a escrita sempre me ajudou a lidar com minhas tristezas e angústias. Quando estou feliz não escrevo, porque estou lidando diretamente com a vida.
Eu me identifiquei totalmente com seu texto; eu também me acostumei…
Acho que identificar o processo é um passo importante para a mudança. Pelo menos é o que estou tentando fazer.