Essa história não tem fim, também não tem começo. Poderia ser o dia em que nasci, mas também quando minha avó recusou casar -se com o homem que entrava a cavalo no bar. Carrego todas as mulheres que fui e que foram. Um dia eu amei, no outro eu gozei, sinto falta de estar com, de estar em. Mas estar só continua sendo meu maior prazer.
Divago pois há tantas aqui dentro. As páginas do caderno continuam em branco, mas hoje eu declamei uma poesia e isso foi suficiente. Tropeço em meus erros e medos, o fim do mundo tem sido bem assustador. Até para quem é um furacão. Carrego rugas e palavras não ditas. Domingo, o sol se põe, o frio aumenta e a saudade lateja. Não sobrou nada de nós.